quinta-feira, 3 de julho de 2014

Reflexão,"O Modelo dos Modelos"






"Por que olhar por partes, sem antes compreender o todo? Porque enxergar a deficiência, antes mesmo de saber mais sobre aqueles que não andam, não enxergam ou não ouvem? Porque apontar o que o outro não pode fazer, antes de perguntar o que ele tem a oferecer?"






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Ítalo Calvino em seu texto “O modelo dos modelos” inicialmente relata que seu Palomar acreditava que por meio de modelos resolveria tudo, percebendo a partir de cada construção que precisaria partir de vários modelos para realizar modificações e que estes eram transformáveis, passíveis de mudanças e transformações e jamais conseguiria realizá-los com modelos iguais.

os alunos não podem ser vistos como modelos, os alunos constroem o seu próprio conhecimento partindo de sua capacidade, limitações e potencialidades sem perder o direito de expressar suas ideias. Os alunos não devem ser vistos como especiais ou diferentes por suas limitações, devem ser consideradas suas potencialidades/habilidades. Portanto, para que isso se efetive na prática, principalmente no cotidiano do AEE, devemos eliminar a padronização de modelos, adotando a singularidade do indivíduo como ponto de partida para um trabalho construtivo de fato.

Somos conscientes que esta quebra de modelos, de paradigmas não é fácil, pois, algumas concepções, paradigmas, modelos estão enraizados e que oferecem resistências a mudanças, mas com persistência e determinação alcançaremos nossos objetivos.

Para o personagem do texto, o senhor Palomar, é preciso desconstruir para construir. Não existem modelos ideais. Modelos são modelos, precisam ser modificados, transformados. Em determinado momento ele defende que quanto mais modelos, mais possibilidades se têm para “obter modelos transparentes, diáfanos, sutis, como teias de aranha; Talvez até mesmo para dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio”.




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quarta-feira, 21 de maio de 2014

AUTISMO X ROTINA





O espectro autista é um complexo conjunto de sintomas que se manifesta e é tratado de forma diferente de uma pessoa para outra. Isso cria um desafio ao determinar como educar as crianças autistas. Embora cada uma responda a métodos de ensino de uma maneira diferente, existem algumas estratégias que geralmente são aplicadas para ajudá-las a terem sucesso nos objetivos educacionais.

Dicas de Como Ensinar Crianças com Autismo

  Muitos autistas são pensadores visuais, não pensam através da linguagem.Geralmente, substantivos são as palavras mais fáceis de aprender, pois em sua mente ele pode relacionar a palavra a uma figura. Para ensinar substantivos a criança precisa escutar você falar a palavra, ver a figura e a palavra escrita simultaneamente. O mesmo deve acontecer quando for ensinar um verbo: segure um cartão que diz “pular” e você fala “pular” enquanto executa o ato de pular.

 Crianças não-verbais terão mais facilidade em associar palavras às figuras se visualizarem a palavra escrita e a figura em um cartão. Alguns não entendem desenhos e, por isto, é recomendável trabalhar-se primeiramente com objetos reais e fotos.

 Alguns conceitos tornam-se difíceis de serem apreendidos pela criança autista se não for demonstrado de forma concreta. Por exemplo: ao ensinar o conceito de para cima / para baixo. Utiliza-se um avião de brinquedo e diz “para cima” enquanto faz o movimento de decolagem e “para baixo”, enquanto faz o  movimento de aterrissagem, dessa forma, a criança autista terá maior facilidade para compreender tais conceitos.

 Muitas crianças autistas são boas em desenho, artes e na utilização de
computadores e se fixam num assunto específico. A melhor maneira de lidar
com esta fixação é usá-las para motivar os trabalhos da escola. Se a criança
gosta de trens, leia um livro sobre trens e faça exercícios de matemática usando trens.

 Use métodos visuais concretos para ensinar conceitos numéricos.

 Algumas crianças não-verbais não conseguem, ao mesmo tempo, processar estímulo verbal e visual. Eles são “mono-canal” (conseguem aprender melhor utilizando apena um tipo de estímulo) e apresentam muita dificuldade para receber informações de forma visual e auditiva.

 Muitas vezes, crianças mais velhas e não-verbais, conseguem aprender melhor através do toque. Pode ser ensinado o significado das letras, permitindo que as crianças toquem letras de plástico. Eles podem aprender a rotina diária, sentindo alguns objetos, minutos antes da atividade ser executada. Por exemplo: quinze minutos antes do almoço, dê uma colher para eles segurarem.

 Alguns autistas apresentam processamento visual deficiente e acham mais fácil ler letras impressas na cor preta sobre papel colorido, para diminuir o contraste. Tente papel bege claro, azul claro, cinza ou verde claro. Experimente com cores diferentes. Evite amarelo brilhante que pode incomodar os olhos dos autistas.



  TRABALHANDO A ROTINA









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DANI - BRINCANDO E APRENDENDO



Uma característica do aluno autista é a necessidade de ter segurança em sua rotina diária, para auxiliar nessa necessidade podemos montar a rotina semanal utilizando fichas / cartaz organizando a rotina diária/semanal do aluno Autista. Utilizar o sistema baseado em figuras ou fotos selecionadas de acordo com as necessidades e/ou interesses individuais. Quando o autista estabelece a associação entre a atividade e o símbolo facilita tanto a comunicação quanto à compreensão.

O que é a rotina?

 “Rotina se refere aos horários definidos para a realização das
diversas atividades que a criança deve cumprir a cada dia.
Sua organização supõe a distribuição dos horários para os estudos.
Assim, é importante que os horários estejam claramente estabelecidos:
hora de ir à escola, de comer, de estudar em casa, de realizar atividades
como brincar e assistir à TV etc. A agenda diária e semanal deve estar
sempre disponível para ser consultada pela criança: um cartaz
grande e colorido em geral é uma boa estratégia. […] Os finais de
semana também devem ser incluídos na agenda, tomando-se o cuidado
para que haja períodos longos em que a criança possa ter liberdade
para escolher que atividade realizar.” (SOARES; SOUZA; MARINHO, 2004) 

A importância da rotina:

- Formação de hábitos: Seguir uma rotina é uma forma eficiente de se
formar um hábito.
- A rotina é tão importante que é usada em tratamentos psicoterápicos (BARBOSA; MELO; REGO; CRISTIANINI, 2001).
- Castigos e agressões não serão necessários para tentar mudar
um comportamento inadequado caso a criança tenha aprendido bons
hábitos desde pequena.
- Exemplo (hábito de estudar):
“Sem orientação adequada e com pouco tempo, alguns pais acabam usando de práticas coercivas (agressões físicas e castigos) para tentar mudar o comportamento da criança em relação aos estudos.” (SOARES;
SOUZA; MARINHO, 2004)
Crie uma rotina previsível. Muitas crianças autistas se desenvolvem em uma rotina previsível, por isso é benéfico dar a elas a segurança de saber o que esperar todos os dias.
Coloque um relógio analógico claramente visível na parede e cole imagens que representem as atividades do dia e as horas que elas ocorrem. Refira a esse relógio ao mencionar a hora em que as atividades acontecerão.
 


Fonte:
 diversa.org.br/uploads/gestao.../caderno_pedagogico_autismo.pdf



terça-feira, 15 de abril de 2014

DIFERENÇA ENTRE SURDOCEGUEIRA E MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA




A surdocegueira é uma deficiência única em que o indivíduo apresenta ao mesmo tempo perda da visão e da audição. É considerado surdocego a pessoa que apresenta estas duas limitações, independente do grau das perdas auditiva e visual. A surdocegueira pode ser congênita ou adquirida e não é deficiência múltipla.


As pessoas surdocegas estão divididas em quatro categorias:


  • Pessoas que eram cegas e se tornaram surdas; 
  • Que eram surdos e se tornaram cegos; 
  • Pessoas que se tornaram surdocegos; 
  • Pessoas que nasceram surdocegos, ou se tornaram surdocegos antes de terem aprendido alguma linguagem.  

As crianças surdocegas podem apresentar perfis distintos, em função de vários aspectos:


· Características da interação que mantém com o meio, decorrentes do comprometimento dos sentidos de distância (audição e visão) e da disponibilidade do meio para interagir com elas utilizando formas adaptadas às suas necessidades:

  • Grau de perda auditiva; 
  • Grau de perda visual; 
  • Outros comprometimentos associados, entre eles o motor e o neurológico; 
  • Período de aquisição da surdocegueira. 

Deficiência múltipla é quando uma pessoa apresenta mais de uma deficiência, “é uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social”.

As pessoas com deficiência múltipla apresentam características específicas, individuais, singulares e não apresentam necessariamente os mesmos tipos de deficiência, podem apresentar:


  • Cegueira e deficiência mental; 
  • Deficiência auditiva e deficiência mental; 
  • Deficiência auditiva e autismo e outros. 


Crianças que apresentam graves comprometimentos múltiplos e condições médicas frágeis:        Apresentam mais dificuldades no entendimento das rotinas diárias, gestos ou outras habilidades de comunicação; 


  • Demonstram dificuldades acentuadas no reconhecimento das pessoas significativas no seu ambiente; 
  • Realizam movimentos corporais sem propósito; 
  • Apresentam resposta mínima a barulho, movimento, toque, odores e/ou outros estímulos. 


As características do meio socioeconômico e cultural no qual a criança está inserida pode desencadear atrasos no seu processo inicial de aprendizagem e desenvolvimento. Assim, as capacidades apresentadas por elas podem ser decorrentes não da deficiência em si, mas da relação entre a forma, o método e o conteúdo das interações vivenciadas, ou seja, a aprendizagem vai ser dependente do modo como a criança surdocega estabelece seu contato com o meio e este com ela, de qual o recurso utilizado na comunicação e a de sua capacidade de ser compreendida e de compreender as demandas do seu universo familiar, escolar, social e cultural.


O processo de aprendizagem da via de comunicação exige atendimento especializado, com estimulação específica e individualizada. Quando a criança é estimulada precocemente, ela adquire comportamentos sociais mais adequados e, também, poderá desenvolver e aprender a usar seus sentidos remanescentes melhor do que aquela que não recebeu atendimento.


A comunicação pode ser receptiva e expressiva. Muitas crianças surdocegas não desenvolvem a fala, no entanto podem expressar-se. Podem também receber as mensagens que lhes são transmitidas por outras vias sensoriais.
Comunicação receptiva é um processo de recepção e compreensão de mensagens. No caso da criança surdocega, por vezes é difícil determinar a forma como ela recebe as mensagens.
Comunicação expressiva é a forma como expressar desejos, necessidades e sentimentos. A criança surdocega utiliza normalmente formas de comunicação não-verbal tais como sorrisos, movimentos, mudanças de posição que podem ser compreendidos por adultos familiarizados. A comunicação com essas crianças exige dos adultos que trabalham com elas conhecimentos específicos sobre esse tipo de comunicação. Nesse processo, o professor deverá observar e esperar o tempo necessário que a criança surdocega precisa para entender o enunciado e para elaborar uma resposta. Essa tentativa de resposta envolverá, por parte da criança, a seleção do recurso de comunicação (gestos, sinais, emissão verbal, movimentos, expressões corporais, entre outros) e a adequação deste no processo interativo.









Bibliografia:
Nascimento, Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Educação
Educação infantil ; saberes e práticas da inclusão : dificuldades de comunicação esinalização : surdocegueira/múltipla deficiência sensorial. [4. ed.] / elaboração profª ms. Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento - Universidade Federal de São Carlos – UFSC/SP, prof. Shirley Rodrigues Maia – Associação Educacional para a Múltipla Deficiência - AHIMSA. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.
1. Educação infantil. 2. Pessoa com deficiências múltiplas. 3. Atendimento especializado.
4. Educação inclusiva. I. Maia, Shirley Rodrigues. II. Brasil. Secretaria de Educação

Especial.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Resumo: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção


Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção.

Aluna: Rosedélia de Almeida Santos Silva

A educação das pessoas com surdez há mais de dois séculos enfrenta o dilema entre oralistas e gestualistas, com políticas e fundamentos epistemológicos totalmente diferentes, ambos não conseguiram valorizar ou desenvolver o potencial das pessoas com surdez, de forma que historicamente continuam subestimadas, ou relegadas a condição de minoria. Por mais que as Políticas estejam definidas, muitas questões e desafios ainda estão por ser discutidos, muitas propostas, principalmente no espaço escolar , precisam ser revistas para que possa trilhar caminhos consistentes e produtivos para educação da pessoa com surdez.
A Pessoa com surdez precisa ser vista como diferente e não deficiente, pois ela não o é, tem perda sensorial auditiva, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva, pois seus processos perceptivos, linguísticos e cognitivos podem ser estimulados e desenvolvidos, é um ser biopsicosocial como qualquer outro ser ouvinte.
É preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não sejam o centro de tudo o que acontece nesse processo. Devem  ser trabalhados no espaço escolar como um ser que possui  limitações e que essa limitação devem ser reconhecidas e respeitadas, sem  que justifique o fracasso escolar a esta limitação. O fracasso escolar educativo das pessoas com surdez não está relacionado a língua, mas as sim das práticas pedagógicas que não tem construindo junto com a comunicação a instrução.
Para contrapor tantas divergências, ainda segundo Damázio(2005: 69-123)  temos o AEE em três momentos didático-pedagógicos: AEE Em Libras, AEE para o Ensino de Língua Portuguesa, AEE para o Ensino de Libras.

A tendência atual é a bilíngue, com o estudo da Libras e da Língua Portuguesa conforme Decreto 5626 de 05 de dezembro de 2005, que traz o Atendimento Educacional Especializado com a função de organizar o trabalho complementar para  a classe comum, objetivando colaborar na construção da autonomia, independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa com surdez.
O Atendimento no AEE traz uma organização didática e metodológica dividida em três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras, Atendimento Educacional para o ensino de Língua Portuguesa Escrita, Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras. 

A aprendizagem significativa das pessoas com surdez na escola comum tem alguns empecilhos com práticas filosóficas integracionaistas com roupagem de inclusivas, segundo Damázio(2005).
                                                                                    
O AEE em Libras ocorre diariamente em horário contrário ao da sala de aula comum, é um espaço de ensino com estímulos visuais que colaboram com o aprendizado dos conteúdos curriculares. O professor acompanha o plano de conteúdo oficial da escola e trabalha antecipadamente à sala de aula comum, garantindo uma melhor associação dos conceitos nas duas Línguas.
O AEE para o ensino da Língua Portuguesa escrita acontece na sala de aula multifuncional em horário diferente ao da sala de aula comum, o trabalho é desenvolvido por uma professora preferencialmente formada em letras com conhecimento sobre os pressupostos linguísticos e teóricos. O AEE para o ensino de Libras, é realizado pelo professor e/ou instrutor de libras(preferencialmente por profissionais com surdez), o atendimento inicia-se com o diagnóstico do aluno e ocorre de acordo com a necessidade, em horário contrário aos das aulas, na sala de aula comum. Esse atendimento deve ser planejado com base no diagnóstico do conhecimento que o aluno tem da língua de sinais. Esse atendimento exige uma organização metodológica e didática especializada, não podendo em hipótese alguma misturar Libras e a Língua Portuguesa, por isso é importante que seja um professor com surdez, pois este favorece a naturalidade no processo de aquisição da Língua.
O Atendimento Educacional Especializado deve ser visto como construção e reconstrução de experiências  e vivências conceituais e a organização dos conteúdos não devem estar pautadas numa visão linear, hierarquizada e fragmentada do conhecimento.



Bibliografia: DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010.